sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ainda a minha irmã

Há pouco estavamos a almoçar em casa dos meus avós - eu, a mana, o cunhado e os velhotes - e veio à conversa o facto de eles já terem a idade que tem, só irem casar no próximo ano e não estarem a fazer conta de ter filhos nos próximos 3 anos, o que tanto para mim como para a minha avó, é extremamente tarde. O meu cunhado não se pronuncia sobre o assunto, e a minha irmã defende-se dizendo que a vida não está fácil, e que vão começar a casa sem crédito - dois ordenados declarados, pertencentes aos quadros das respectivas empresas, e não conseguiram crédito - e não sabem como vai ser depois, que pode não ter dinheiro para pagar a creche e blá blá blá. A minha avó só dizia que tudo se cria e que ela depois de ia arrepender de ter filhos tão tarde, e que provavelmente ia acabar por ter só um, ou até mesmo nenhum. Eu, disse que quando eu nasci, a vida dos meus pais estava tudo menos estável, e no entanto eu estou aqui, com sacrificios da parte deles, como é óbvio, mas nunca me faltou nada. E o meu avô sai-se com esta: "Antigamente era mais fácil" e eu e a minha avó ficámos com cara de parvas a olhar para ele. "Antigamente era mais fácil"? Oi, como é que é isso? 
E só chego à conclusão que as pessoas se habituaram mal. Habituaram-se a esperar pelo momento certo para tudo - que invariavelmente nunca chega. Habituaram-se a ter tudo, e a não saber abdicar de nada. 
E mais uma vez, é nisto que a minha irmã é muito diferente de mim. Eu não me importava nada de abdicar de férias e afins para ter a minha casa, ou um filho. Porque se eu estivesse nas condições que ela está - com um namorado e ambos com trabalho certo - já tinha a minha casa há muito tempo, e um filho com uns 5 anos.

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